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Dia 18 de Março 21 pelas 21:30 

Vamos conversar sobre a nossa fonte da paz!

Meditar é uma atividade mental. É a mente num processo de se notar, compreender e penetrar em si própria, conhecer a sua própria dinâmica, específica de cada uma. Não através da abertura do crânio de outro individuo, não através da interpretação de alguém, não através de uma psicoterapia. De si para si mesma. Conhecer a suas inúmeras possibilidades, notar como, sem treino, é irrequieta, errática, sujeita a distração fácil, a despoletar emoções que não interessam, e como tende desviar o foco do que é realmente importante.

Estamos familiarizados com os seus movimentos, mas quase nada sabemos sobre a sua quietude. Ao pararmos todos os canais de comunicação externa, começamos a observar os canais de comunicação interna. Entre um pensamento e outro, há espaços. Entre cada atividade cognitiva, cada memória e conexão neural, há espaços vazios que não fomos treinados a perceber. Parte da prática da meditação é observar estes espaços.

A valorização do mundo interior de cada ser humano, a disposição para entrar em contrato com essa realidade mais profunda, nem sempre acessível à consciência, é uma das características, presente em todas as correntes. Desta forma, a meditação é uma prática intencional estabelecer um hábito de recetividade mental a este mundo interno.

Meditar é um encontro de cada um consigo mesmo, da mente com a própria mente. O primeiro passo é tomar consciência dos próprios pensamentos, notar que normalmente se pensam sozinhos. Desenvolver a compreensão e o insight, compreender como a própria mente funciona, perceber as ilusões criadas pela sua mente, para se desprender delas, do condicionamento, diminuir o seu ruído. É conhecer-se a si mesmo através de si mesmo. Dispor-se a perceber como as próprias conexões mentais acontecem.

É ganhar poder sobre si mesmo.

Em termos mais pragmáticos, prática da meditação promove o desenvolvimento da capacidade de focar a mente, a autodisciplina, a criatividade, a inteligência emocional, proporcionando maior clareza, serenidade e tranquilidade.

Ao criar bons hábitos mentais através da Meditação, liberta-se pouco a pouco o comportamento reativo aos acontecimentos stressantes do dia-a-dia. A raiva e ansiedade diminuem, adquire-se a capacidade de tomar decisões mais adequadas, as pessoas tornam-se menos insatisfeitas e inquietos, com atitudes mais empáticas e realistas.

Muitos estudos científicos já comprovaram que meditar é um dos meios mais eficazes para combater diversos problemas da mente e ainda melhorar a própria saúde com um esforço mínimo. Em 8 semanas é possível literalmente modificar as estruturas cerebrais, aumentar a neuroplasticidade, melhorar a memória e retardar o envelhecimento cerebral.

Vários estudos determinaram que pensar demais pode danificar o nosso cérebro e matar as células cerebrais. Da mesma forma que o trabalho duro deixa marcas nas mãos, pensar muito deixa marcas no cérebro. Este funciona de forma muito parecida com o resto do nosso sistema biológico, ou seja, a forma normal de funcionamento é o descanso entre os períodos de esforço. A falta de descanso fará com que o excesso de estimulações reduza a sua função. A chave para reduzir a perda da função cerebral, com o passar da idade, é a habilidade de relaxar o cérebro – o que significa permitir que a mente pare e descanse. Praticando a meditação, vamos ao encontro da necessidade de relaxar e parar a atividade cerebral. No momento em que nos tornamos cientes deles, começam a dissolver-se, permitindo a paz que excede todo o entendimento e conduz o ser humano à sua natureza intrínseca.

2021-03-18