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MEDITAÇÃO

É COMPLICADO MEDITAR?

 

Meditar é tão simples com sentar-se e observar a própria respiração. Nada é realmente necessário, desde almofadas especiais a cruzar as pernas como um contorcionista, fechar os olhos, acender incenso ou repetir um mantra. Meditar só necessita de uma coisa, disposição para experimentar abrir-se a uma nova forma de estar na vida.

E talvez, companhia.

 

 

 

 

O QUE É?

 

Não é simplesmente relaxar o corpo e a mente. Não é refletir, sobre o que se fez ou o que se deveria ter feito. Não é contemplar de forma pacífica, o esplendor da Natureza à nossa volta, a beleza das flores no jardim, o azul profundo do céu, a imponência do mar com que fomos bafejados. Nem tampouco agradecer por isto ou por outras bênçãos. Não é imaginar ser-se muito amado e bem-sucedido, visualizar-se famoso, com bons relacionamentos e bens materiais maravilhosos. Isso é apenas sonhar acordado com objetos materiais.

Não é rezar a uma entidade superior e pedir a absolvição põe supostos pecados. Nem sentar-se na posição Vajrasana, a postura do diamante, com as costas eretas e uma expressão de santidade no rosto. Mesmo com o corpo numa posição perfeita, se a mente está cheia de objetos de apego e raiva, não estamos a meditar.

Meditação é uma atividade mental. É a mente num processo de se notar, compreender e penetrar em si própria, conhecer a sua própria dinâmica. Não através da abertura do crânio de outro individuo, não através da interpretação de alguém, não através de uma psicoterapia. De si para si mesma. Conhecer a suas inúmeras possibilidades, como realmente quase nunca se aquieta.

Estamos familiarizados com os seus movimentos, mas quase nada sabemos sobre a sua quietude. Ao pararmos todos os canais de comunicação externa, começamos a observar os canais de comunicação interna. Entre um pensamento e o outro, há espaços. Entre cada atividade cognitiva, cada memória e conexão neural, há espaços vazios que não fomos treinados a perceber. Parte da prática da meditação é observar estes espaços.

Só que não basta apenas dizer à mente: fica quieta!

Ainda que a definição usada pelas diversas correntes religiosas e espirituais, possa ser diferente, todas têm em comum a valorização do mundo interior de cada ser humano, e uma disposição para entrar em contrato com essa realidade mais profunda, nem sempre acessível à consciência. Desta forma, a meditação é uma prática intencional estabelecer um hábito de recetividade mental a este mundo interno.

 

 

 

 

TÍPOS DE ABORDÁGENS

 

Há dois tipos gerais de meditação, a direcionada e a de monitorização aberta. A abordagem direcionada, o atenção focada, compreende a concentração intencional da atenção para um ponto que pode ser um objeto, uma imagem, um mantra, ou a própria respiração. Algumas tradições budistas não é recomendam que se foque um objeto porque a meditação é uma atividade da consciência mental, e não sensorial. O objetivo, é no entanto, aumentar a capacidade de foco e concentração da mente.

A abordagem de monitorização aberta, envolve uma observação não-reativa do conteúdo das experiências que ocorrem num dado momento, e visa desenvolver a compreensão e o insight. Permite compreender como a mente funciona. A ideia aqui é deixar a mente aberta para experimentar tudo o que está a acontecer. É o contrário da meditação focada, Consiste em apenas observar os pensamentos, sentimentos e até mesmo as sensações, apenas observar, sem se apegar a nenhuma destas coisas, sem emitir juízos de valor, mas perceber como são construídos e como nos identificamos com eles. Se se acha uma pessoa ansiosa, é porque se identifica com o sentimento de ansiedade. Se conseguir observar a ansiedade como algo separado de si, como algo que poderá estar a experienciar e não algo que é, pode deixar de se identificar com aquele sentimento. Quando se observa um pensamento ou sentimento de forma distanciada, estes tornam-se menos ativos. E este simples fato de manter um certo distanciamento crítico dos pensamentos, sentimentos e sensações, proporciona maior controle sobre a erraticidade da mente.

Pensamentos não retratam a realidade como é efetivamente, são subjetivos. Apresentam a realidade como é percecionada e interpretada pelo sujeito observador. Esta construção mental, numa perspetiva evolutiva, permitiu ao ser humano primitivo, antecipar situações potencialmente perigosas, reagir rapidamente a estímulos externos, preservar a espécie e reproduzir-se. Muitas destas manifestações da camada cerebral mais primitiva, mantiveram-se até hoje, desencadeando reações que estão desadequadas aos estímulos. E por este motivo que muitas vezes perdemos tempo, energia e até saúde a antecipar problemas na nossa mente, que na verdade nunca chegam a acontecer da forma como são projetamos. A meditação de monitorização aberta tem como objetivo perceber estas ilusões criadas pela mente, e desprender-se delas. Libertar-se deste condicionamento exige prática, mas com o tempo começamos a perceber que os pensamentos se pensam sozinhos.

Não é necessário meditar sobe alguma coisa, ou em alguma coisa. Meditar é um encontro de cada um consigo mesmo, da mente com a própria mente. É o conhecer a si mesmo através de si mesmo. É dispor-se a perceber como as próprias emoções, perceções e conexões mentais acontecem.

Para o Zen Budismo, ficar em Zazen, é apenas sentar em silêncio para o encontro com o que é mais íntimo, ou seja consigo mesmo, a essência do próprio ser. Nesta corrente, os discípulos sentam-se em frente a uma parede branca, não só para diminuir todos os estímulos externos, mas porque a mente é como uma parede branca, ou seja tudo pode ser projetado nela. Não é fazer a cabeça branca, porque assim estamos a criar uma ideia, a ideia do branco. Fica-se de frente para a parede não só para desligar do que se passa em volta, mas também para mergulhar no conhecimento dos obstáculos a essa observação da mente de si mesma, e diminuir o seu ruído.

 

 

 

OBJECTIVOS

 

A meditação pode ser praticada por diversos motivos, desde a simples concentração do pensamento, até ao alcance de estados alterados de consciência e mesmo a busca pela elevação espiritual, Desde os tempos antigos, as tradições orientais consideram a meditação com o caminho para a libertação, querendo referir-se ao reencontro com a essência, o resgate da consciência das programações doentias e inúteis do subconsciente, e a emancipação da psique dos desejos escravizadores da persona ou máscara. Nirvana, do sânscrito, Nibbāna, significa soprar, ser apagado (como uma vela), ou descondicionado.

No Hinduísmo, o Nirvana é um sinonimo de Moksha, a libertação do ciclo do renascimento e morte e pela ascensão à iluminação espiritual, citada em vários textos hindus tântricos, tal como o Bhagavad Gita.

No Budismo, é o estado de beatitude pela libertação do sofrimento, superação do apego dos sentidos ao material, à existência e à ignorância. Remete para a imperturbável serenidade da mente após o desejo, a aversão e ilusão terem sido finalmente extintas. O Buda Sidarta Gautama (Sammāsambuddha), descreveu o Nirvana como o acordar para verdadeira realidade. Alcançando este estado, quebra-se o processo de Samsara, interrompendo o ciclo de contínuos renascimentos.

Em termos mais mundanos, a prática da meditação promove o desenvolvimento da capacidade de focar a mente, a autodisciplina, a criatividade, a inteligência emocional, proporciona clareza, serenidade e tranquilidade.

Criar bons hábitos mentais na meditação muda pouco a pouco o comportamento reativo aos acontecimentos do dia-a-dia. A raiva e ansiedade diminuem, adquire-se a capacidade de tomar decisões mais adequadas, as pessoas tornam-se menos insatisfeitas e inquietos, com atitudes mais empáticas e realistas.

Muitos estudos científicos já comprovaram que meditar é um dos meios mais eficazes para combater diversos problemas da mente e ainda melhorar a própria saúde com um esforço mínimo. Em 8 semanas é possível literalmente modificar as estrutura cerebrais, melhorar a memória e retardar o envelhecimento cerebral.

 

 

 

BENEFÍCIOS

 

Vários estudos determinaram que pensar demais pode danificar o nosso cérebro e matar as células cerebrais. Da mesma forma que o trabalho duro deixa marcas nas mãos, pensar muito deixa marcas no cérebro. Este funciona de forma muito parecida com o resto do nosso sistema biológico, ou seja, a forma normal de funcionamento é o descanso entre os períodos de esforço. A falta de descanso fará com que o excesso de estimulações reduza a sua função. A chave para reduzir a perda da função cerebral, com o passar da idade, é a habilidade de relaxar o cérebro – o que significa permitir que a mente pare e descanse. Praticando a meditação, vamos ao encontro da necessidade de relaxar e parar a actividade cerebral. O primeiro passo é tomar consciência dos nossos pensamentos. Depois, pode-se experimentar uma verdadeira surpresa. No momento em que nos tornamos cientes deles, começam a dissolver-se, permitindo “a paz que excede todo o entendimento e conduz o ser humano à sua natureza intrínseca.”

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O QUE PODE ENCONTRAR NA NOSSA ESCOLA

MEDITAÇÃO ATIVA DE OSHO

Primeiro ser ativo, depois fazer nada

O interesse na meditação surge como a necessidade no ser humano de abrandar face à agitação da rotina diária. Esta agitação, factor marcante da vida actual, aumenta o anseio no ser humano de ter um momento de paz.

O ritmo acelerado, ditado pelos horários e pelo stress que causa não dá condições para tranquilizar e ainda menos para o silêncio, mesmo que o ser humano queira!

Parar e sentar é quase impossível para o homem moderno. Os pensamentos correm, o corpo dói e não há sinais de paz e relaxamento. Neste caso, em vez de ficar sentado, faz sentido começar com exercícios meditativos, que estão de acordo com as necessidades dos ser humano moderno stressado.

MEDITAÇÃO GUIADA

A meditação guiada tem por objetivo libertar as tensões acumuladas e esvaziar a mente de todas as inquietações, por forma a que uma energia renovada preencha a totalidade do ser, elevando a saúde e criatividade.

As pesquisas demonstram que a prática regular da meditação reduz a ansiedade, aumenta as defesas do sistema imunitário e permite ao cérebro alcançar novos patamares de entendimento.

Praticar meditação é bom para si!

MINDFULNESS

Sentir-se constantemente desgastado com o seu quotidiano, ansioso, ter uma vida que não o satisfaz, um baixo índice de motivação e felicidade; dormir mal, dificuldade em se concentrar e memorizar, constantemente assoberbado por pensamentos e emoções que lhe trazem angústia, sente a sua criatividade e produtividade no trabalho afetadas, saiba que a prática do Mindfulness é uma das melhores que pode usar para aumentar a sua qualidade de vida e a saúde da sua mente.

E consequentemente, a do seu corpo.